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04/07/2018

CID-11 (1)

CID-11 MMS
Edição e Pesquisa de Lenise M. Resende

A CID é publicada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e é mundialmente usada para Estatísticas de Mortalidade e Morbidade (Mortality and Morbidity Statistics), cuja abreviação é MMS. Recentemente, sua 11ª  versão foi disponibilizada para uma pré-visualização. Em maio de 2019, a CID-11 será oficialmente apresentada durante a Assembleia Mundial da Saúde, e está programada para entrar em vigor no dia 1º de janeiro de 2022.

Na CID-11 a Distimia (Dysthymia) está classificada como Transtorno Distímico (Dysthymic Disorder), código 6A72, caracterizado por um humor depressivo persistente. O termo Transtorno Distímico é o mesmo usado no DSM-IV, de 1994, mas a definição recebida na CID-11 lembra a reclassificação do transtorno no DSM-V, de 2013, como Transtorno Depressivo Persistente (Distimia).

Nota: O DSM (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais) é o principal guia para profissionais da área da saúde mental, e possui critérios utilizados para o diagnóstico e classificação dos estados depressivos.


***

- Classificação dos Transtornos Depressivos (Depressive Disorders) na CID-11 ou ICD-11 MMS - Estatísticas de Mortalidade e Morbidade (Mortality and Morbidity Statistics)

06 - Transtornos mentais, comportamentais ou de neurodesenvolvimento (Mental, behavioural or neurodevelopmental disorders) – São síndromes caracterizadas por distúrbios clinicamente significativos na cognição, regulação emocional ou comportamento de um indivíduo, que refletem uma disfunção nos processos psicológicos, biológicos ou de desenvolvimento subjacentes ao funcionamento mental e comportamental. Esses distúrbios geralmente estão associados a sofrimento ou prejuízo nas áreas pessoais, familiares, sociais, educacionais, ocupacionais ou outras áreas importantes de funcionamento.

. Transtornos do Humor (Mood Disorders) - Refere-se a um agrupamento superordenado de Transtornos Bipolares e Transtornos Depressivos (Depressive Disorders). Os Transtornos de Humor são definidos de acordo com tipos específicos de episódios de humor e seu padrão ao longo do tempo. Os principais tipos de episódios de humor são: Episódio Depressivo, Episódio Maníaco, Episódio Misto e Episódio Hipomaníaco. Os episódios de humor não são entidades de diagnóstico independente e, portanto, não possuem seus próprios códigos de diagnóstico. Em vez disso, episódios de humor compõem os componentes primários da maioria dos Transtornos Depressivos e Bipolares.

. Códigos dos Transtornos do Humor (Mood Disorders):
> Transtornos bipolares ou relacionados (Bipolar or related disorders)
6A60 - Transtorno bipolar tipo I (Bipolar type I disorder)
6A61 - Transtorno bipolar tipo II (Bipolar type II disorder)
6A62 - Distúrbio ciclotímico (Cyclothymic disorder)
6A6Y - Outros transtornos bipolares ou relacionados especificados (Other specified bipolar or related disorders) 
6A6Z - Transtornos bipolares ou relacionados, não especificados (Bipolar or related disorders, unspecified)

> Transtornos depressivos (Depressive disorders)
> 6A80 - Apresentações sintomáticas e de curso para episódios de humor em transtornos do humor (Symptomatic and course presentations for mood episodes in mood disorders)
6A80.0 - Sintomas de ansiedade proeminentes em episódios de humor (Prominent anxiety symptoms in mood episodes) 
6A80.1 - Ataques de pânico em episódios de humor (Panic attacks in mood episodes)
6A80.2 - Episódio depressivo atual persistente (Current depressive episode persistent) 
6A80.3 - Episódio depressivo atual com melancolia (Current depressive episode with melancholia) 
6A80.4 - Padrão sazonal do início do episódio de humor (Seasonal pattern of mood episode onset) 
6A80.5 - Ciclagem rápida (Rapid cycling)

> Transtornos de humor induzidos por substâncias (Substance-induced mood disorders) - Codificado em outro local.
> 6E62 - Síndrome do humor secundária (Secondary mood syndrome) - Codificado em outro local.
> 6A8Y - Outros transtornos de humor especificados (Other specified mood disorders)
> 6A8Z - Transtorno de humor, não especificado (Mood disorders, unspecified)

* * *

. Transtornos Depressivos (Depressive Disorders) – São caracterizados por humor depressivo (por exemplo, triste, irritável, vazio) ou perda de prazer acompanhada por outros sintomas cognitivos, comportamentais ou neurovegetativos que afetam significativamente a capacidade de funcionamento do indivíduo. Um transtorno depressivo não deve ser diagnosticado em indivíduos que já experimentaram um episódio maníaco, misto ou hipomaníaco, o que indicaria a presença de um transtorno bipolar.

. Código dos Transtornos depressivos (Depressive disorders) no ICD-11:
> 6A70 - Transtorno depressivo de episódio único (Single episode depressive disorder)   
> 6A71 - Transtorno depressivo recorrente (Recurrent depressive disorder)
6A71.1 - Transtorno depressivo recorrente, episódio atual moderado, sem sintomas psicóticos.
6A71.2 - Transtorno depressivo recorrente, episódio atual moderado, com sintomas psicóticos.
6A71.3 - Transtorno depressivo recorrente, episódio atual grave, sem sintomas psicóticos.
6A71.4 - Transtorno depressivo recorrente, episódio atual grave, com sintomas psicóticos.
6A71.5 - Transtorno depressivo recorrente, episódio atual de gravidade não especificada.
6A71.6 - Transtorno depressivo recorrente, atualmente em remissão parcial.
6A71.7 - Transtorno depressivo recorrente, atualmente em remissão completa.
6A71.Y - Outro transtorno depressivo recorrente especificado.
6A71.Z - Transtorno depressivo recorrente, não especificado.
> 6A72 - Transtorno Distímico (Dysthymic disorder)
> 6A73 - Transtorno depressivo com ansiedade (Mixed depressive and anxiety disorder)
> GA34.41 - Transtorno disfórico pré-menstrual (Premenstrual dysphoric disorder) - Codificado em outro local
> 6A7Y - Outros transtornos depressivos especificados (Other specified depressive disorders)
> 6A7Z - Transtorno depressivo, não especificado (Depressive disorders, unspecified)
* * * 

> 6A72 - Transtorno Distímico (Dysthymic disorder): É caracterizado por um humor depressivo persistente (ou seja, com duração de 2 anos ou mais), durante a maior parte do dia, por mais dias do que não. Em crianças e adolescentes, o humor deprimido pode se manifestar como irritabilidade generalizada. O humor deprimido é acompanhado por sintomas adicionais, como interesse ou prazer acentuadamente diminuído em atividades, concentração reduzida e atenção ou indecisão, baixa auto-estima ou culpa excessiva ou inadequada, desesperança em relação ao futuro, sono perturbado ou aumento do sono, diminuição ou aumento do apetite, ou baixa energia ou fadiga. Durante os primeiros 2 anos do distúrbio, nunca houve um período de 2 semanas durante o qual o número e a duração dos sintomas foram suficientes para satisfazer os requisitos de diagnóstico para um Episódio Depressivo. Não há história de Episódios Maníacos, Mistos ou Hipomaníacos.

Inclusão: Distimia (Dysthymia)

Exclusão: Transtorno depressivo com ansiedade (Mixed depressive and anxiety disorder) ou Depressão ansiosa (leve ou não persistente) - [Anxiety depression (mild or not persistent)] (6A73)

Tradução: Google Tradutor
Texto em inglês disponível em:

14/07/2017

(Entrevista-Distimia2)


Entrevista com a escritora Lenise M. Resende, 
sobre Distimia, para a revista "TRT Rio em Revista":

1 - Qual a sua relação com a distimia? A senhora tem (ou teve) distimia ou tem familiares/amigos com a doença?
Resp. – Eu tenho distimia.

2 - Conte um pouco sobre a sua relação com a distimia, nos diga quando a doença começou (na senhora ou no seu familiar), como se desenvolve, como é conviver com a distimia, se existe algo que possa ser feito para "driblar"  os efeitos da doença, algo para melhorar o dia a dia de quem convive com o distímico ...
Resp. – A distimia frequentemente começa na infância. Provavelmente seja o meu caso, mas só comecei a fazer tratamento psiquiátrico e psicanalítico quando tive depressão, após a perda de um filho. E só depois de muitos anos é que fiquei sabendo sobre a distimia, porque essa classificação diagnóstica só começou a ser usada após sua publicação, em 1980, no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-III).

No livro De Bem Com o Mal do Humor, de minha autoria, a personagem diz na página 121: "Se eu tivesse que dar um único conselho a uma pessoa que acabou de receber o diagnóstico de distimia seria: 'Procure tratar-se com um psiquiatra em quem você confie. Ficou em dúvida - indague. Não gostou da resposta - mude a pergunta. Mas persevere tanto no tratamento quanto na confiança em si e no seu médico. E, diria o mesmo, caso essa pessoa fosse fazer também um acompanhamento psicoterápico.

Para dominar os sintomas da distimia é preciso ser perseverante. E se o tratamento com medicação e psicoterapia não estiver dando o resultado desejado, existem outras opções que podem ajudar: praticar atividades físicas leves como caminhadas e aulas de dança, praticar meditação ou ioga, participar de grupos de autoajuda ou de ajuda mútua como Neuróticos Anônimos, e participar de algum trabalho comunitário.

3 - Como somos um Tribunal do Trabalho, vamos dar enfoque também às relações no trabalho. A senhora dá alguma dica para a pessoa que convive com um colega de trabalho que tem distimia e é irritadiço/mal humorado/melancólico...?
Resp. – O médico Antônio Geraldo da Silva, ex-presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), afirmou em uma entrevista a revista Isto É, que o preconceito contra a doença mental "existe na família, no trabalho, e no próprio paciente". Sendo assim, dificilmente um distímico conta aos colegas de trabalho sobre a doença. Mas, caso ele venha a contar, será fácil perceber, por exemplo, que ele sempre irá recusar convites para eventos fora do trabalho. Seria bom, no entanto, que mesmo que os convites continuem, até mesmo para que a pessoa não se sinta excluída, que eles não sejam acompanhados de comentários irônicos ou de insistência excessiva.

Outra comemoração que os distímicos costumam evitar é a do seu próprio aniversário. Por isso, nas empresas que comemoram os aniversariantes do mês, o melhor é consultar antecipadamente o aniversariante distímico, ou fazer uma comemoração discreta e rápida para não constrangê-lo.

É muito importante que os colegas de trabalho entendam que a distimia é uma doença, e o mau humor, a irritação e a tristeza são sintomas que não estão necessariamente relacionados com as pessoas à sua volta.

4 - Como funcionam os grupos no Facebook? Vocês têm reuniões presenciais ou funciona como um espaço virtual para desabafos e troca de experiências?
Resp. – Em geral os grupos no Facebook são de apoio e dirigidos aos portadores de distimia, mas familiares e amigos também podem participar. Há quem prefira utilizar o espaço para desabafar, expor seus problemas e dúvidas, e ler depoimentos de distímicos. Mas há quem prefira ler artigos sobre distimia e assuntos afins, saber mais sobre os profissionais que nos tratam, a medicação que tomamos, os diferentes sintomas, etc. Por esses motivos, em 2014, criei o meu próprio grupo (Distimia-Brasil) onde além de desabafar a pessoa pode encontrar mais informações. Reuniões presenciais entre membros de grupos de distimia, se acontecem, são raríssimas. De tempos em tempos alguém planeja uma reunião desse tipo, mas só vi a confirmação de uma que ocorreu em São Paulo, em 2016.

5 - A senhora enxerga algum traço em comum com a maioria dos participantes do grupo? Algum sintoma específico que seja comum a todos, uma faixa etária prevalecente, a maioria é de mulheres ou homens...?
Resp. – Não é fácil dar uma resposta precisa pois o número de membros participantes oscila muito. Mas a maioria dos membros dos grupos de distimia parece ter menos de quarenta anos. E, além de irritabilidade, desânimo, desesperança, pessimismo, e baixa autoestima, uma característica marcante dos portadores de distimia é o isolamento social. Algumas vezes temos a impressão de que em determinado grupo existem mais mulheres, mas o depoimento de um homem pode fazer com que outros homens se manifestem, dando apoio ou trazendo novos assuntos, dúvidas ou opiniões, e tudo muda.

6 - Os grupos do Facebook existem há quanto tempo? Têm pessoas de todo o Brasil ou só do Rio? Os participantes são todos pacientes ou os grupos são também de apoio a familiares e amigos?
Resp. – Os primeiros grupos sobre distimia que conheci na internet foram no Orkut. No Facebook, inicialmente os distímicos devem ter frequentado grupos sobre depressão, já que a distimia é um tipo de depressão. Essa foi a impressão que tive ao verificar que o mais antigo grupo existente foi criado apenas em 2010. Criado por um espanhol, esse grupo logo atraiu membros de diversos países de língua espanhola, mas, em 2014, o idioma mais falado pelos frequentadores era o português. Então, por sugestão de um membro, o dono do grupo passou a dividir sua administração com alguns brasileiros. Até hoje, os brasileiros dos mais diversos estados são a maioria, embora o número de falantes de língua espanhola continue crescendo.

7 - Há algum caso mais crônico ou que tenha se sobressaído que a senhora possa compartilhar?
Resp. – A distimia é uma doença crônica. E os casos de intenção suicida são os que mais mobilizam os participantes, que não medem esforços para fazer com que o outro desista. "A relação entre distimia e suicídio é estreita e perigosa. Por isso, o fato de provocar depressão menos intensa, porém mais prolongada, não significa que seja mais leve. Imagine qual é a sensação do indivíduo que vai somando só perdas ao longo da vida. Talvez isso explique por que 15%, 20% dos pacientes com distimia tentem suicídio." Alertou o psiquiatra Táki Cordás em uma entrevista ao Dr. Dráuzio Varella.

8 - Li que a senhora é autora de pelo menos um livro que trata de distimia (De Bem com o Mal do Humor). Com o que ele contribui para o distímico ou para as pessoas que convivem com ele?
Resp. – Sou suspeita para falar, mas a melhor descrição sobre a distimia que conheço foi dada pelo psiquiatra e psicanalista Humberto Mauro Lessa de Vasconcellos, no prefácio do meu livro De Bem Com o Mal do Humor: "O que é a distimia? Por que ela tem despertado tanto interesse nos tempos atuais? Primeiro e sobretudo porque é uma forma insidiosa de depressão crônica, não episódica, aparentemente menos grave do que as 'grandes' depressões, mas tão incapacitante quanto estas, diminuindo consideravelmente a qualidade de vida de seu padecente. Este pode ser caracterizado pelo mau humor crônico, de forma constante, poli queixoso, sem perspectivas e resistente às mudanças que surgem, respondendo de forma negativista e sarcástica."  

De Bem Com o Mal do Humor, lançado em 2015 pela Caligo Editora, é um romance psicológico sobre a distimia. Temas como família, casamento, depressão, ideação suicida, psicoterapia e internação são descritos com leveza e sem julgamentos, de forma a ajudar os distímicos, seus familiares, amigos, e também os profissionais de saúde a entender e a refletir sobre as dificuldades que os portadores da doença enfrentam no dia a dia. 

9 - Além desse livro, a senhora indicaria algum filme/documentário/outro livro sobre o assunto?
Resp. – O primeiro livro publicado no Brasil sobre o assunto foi "Distimia, Do Mau Humor ao Mal do Humor, de Táki Cordás, Ricardo Moreno, Egídio Nardi, e colaboradores, 118 págs., Editora Artmed, 2010". Sinopse: Apesar de sua elevada prevalência e de suas consequências para pacientes, seus familiares e a sociedade, a distimia constitui-se em condição ainda pouco diagnosticada e muitas vezes inadequadamente tratada. Nesta terceira edição, atualizada e ampliada, os autores se debruçam sobre o tema, discutindo desde a perspectiva histórica até as formas de tratamento.

Em recente pesquisa feita no Google, fiquei sabendo que existem alguns filmes que tem um personagem aparentemente distímico, são eles: Pequena Miss Sunshine; Sideways, Entre Umas e Outras; e Noivo Neurótico, Noiva Nervosa. Mas ainda não assisti a nenhum deles, por isso não posso confirmar.
 
Nota - Entrevista com a escritora Lenise M. Resende, feita por Ana Luiza R. Nóbrega M. A. dos Santos, da Assessoria de Imprensa e Comunicação Social do Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região, para a revista "TRT Rio em Revista". (29/06/2017)

(Entrevista-Distimia1)

Entrevista com a escritora Lenise M. Resende sobre Distimia:

1- Como você descobriu que estava com distimia?
Resp. – Após a perda de um filho fiquei muito deprimida e comecei a fazer tratamento psiquiátrico e psicanalítico. Mas só depois de uns dez anos fiquei sabendo sobre a distimia.

2- Quais foram as barreiras enfrentadas ao perceber?
Resp. – O maior obstáculo sempre foi a idealização suicida, a falta de vontade de continuar viva.

3- Após a descoberta da distimia você teve alguma mudança de hábito?
Resp. – A mais marcante foi ter deixado de comparecer as festas da família, inclusive o Natal.

4- Como você era antes da distimia?
Resp. – Uma versão magra do que sou hoje.

5- Como está agora após descobrir que tem distimia? Por que é difícil perceber que está com distimia?
Resp. – Saber que temos uma doença crônica ajuda a persistir no tratamento. É difícil perceber que uma pessoa está com distimia porque é uma doença que ainda não é bem conhecida.

6- Pesquisas afirmam que um dos sintomas da distimia é o mau humor. Você se considera um pessoa mal-humorada?
Resp. – Tenho um humor deprimido, e prefiro observar mais do que falar. Mas o fato de estar séria não significa estar mal-humorada. E, em geral, isto fica perceptível quando relato certas situações, que vivi ou presenciei, sob uma ótica divertida.

7- O que você pensa a respeito de "vou sorrir só para agradar uma pessoa" ?
Resp. – Em algumas situações é melhor dar um sorriso triste do que uma resposta grosseira.

Nota - Trecho de entrevista com a escritora Lenise M. Resende, feita por Viviane A. da Silva, estudante de jornalismo, matéria para uma atividade da Universidade Metodista de São Paulo. (21/10/2014)

19/07/2015

(Distimia chega à televisão)

 
Distimia chega à televisão
- © Lenise M. Resende - 

Em janeiro de 2014, o programa Mais Você fez uma reportagem sobre Distimia. Em 2013 o programa Bem Estar, também da rede Globo, já havia feito uma reportagem sobre esse tipo de depressão. Nos dois programas, o mau humor de uma pessoa mostrada como portadora da doença foi enfatizado demais, criando uma imagem caricata do distímico.

Se a distimia é um tipo de depressão, é necessário mostrar também esse lado da doença, e o sofrimento que provoca. "A característica essencial do Transtorno Distímico é um humor cronicamente deprimido que ocorre na maior parte do dia, na maioria dos dias, na maior parte dos meses." diz o psiquiatra Geraldo José Ballone, em Depressão e Relacionamento Pessoal, no site PsiqWeb.

Reportagens são sempre bem-vindas, principalmente quando o assunto é tratado de forma respeitosa, sem despertar risos ou lágrimas nos telespectadores. Afinal, os distímicos não desejam e não merecem ser retratados como um personagem de programa humorístico ou expostos como curiosidade num programa sensacionalista. 
 
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Nota - Crônica jornalística (apresenta aspectos particulares de notícias ou fatos cotidianos)
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TEXTOS RELACIONADOS

17/07/2015

(Psicofobia)

Psicofobia
 
Ao mesmo tempo em que a depressão e os demais transtornos mentais atingem a muitos brasileiros, o preconceito em torno deles é crescente na sociedade. Há várias formas de preconceito, entre elas a própria negação da doença como algo menor ou passageiro.

 Através do livro "De Bem Com O Mal Do Humor", sobre a distimia, dou a minha contribuição a luta contra o estigma e apoio a campanha "Psicofobia é um crime", da Associação Brasileira de Psiquiatria - ABP.

Junte-se também a luta contra o estigma e apoie a campanha "Psicofobia é um crime", da Associação Brasileira de Psiquiatria - ABP, divulgando-a em suas redes sociais. Uma sociedade menos preconceituosa e mais justa também depende da sua contribuição!
 
Lenise M. Resende